A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (30) a autorização, em caráter emergencial, do medicamento Paxlovid, para a Covid-19, que compreende o uso combinado dos remédios nirmatrelvir e ritonavir.
O produto é fabricado pela empresa farmacêutica Pfizer e é indicado para adultos que testaram positivo, que não precisam de oxigênio e que têm risco de evolução para quadros graves da doença. Ele já foi aprovado em outros países como Estados Unidos, Canadá e México.
Seu principal efeito é no combate à piora nas condições de saúde das pessoas infectadas. Diretores da Anvisa afirmam que não se trata de um medicamento para prevenção e que ele não é um substituto da vacina, que está disponível gratuitamente, enquanto o Paxlovid, a princípio, será comercializado, dependendo de poder aquisitivo para o consumo.
Prevenção
O remédio é de uso individual oral, mas não é indicado para pessoas abaixo de 18 anos. Também não há indicação para gestantes ou pessoas que podem ou pretendem engravidar durante o tratamento.
A diretora da Anvisa, Meiruze Souza Freitas, avaliou que os benefícios da liberação do medicamento superam os riscos. Ela acrescentou que a antecipação de produtos para tratar a Covid-19 está alinhada à garantia de possibilidades de tratamento contra a doença, considerando a situação da pandemia no Brasil.
“Com a pandemia enfrentamos desafios sem precedentes. Melhorar essa lacuna é prioridade de saúde pública. A disponibilidade de medicamentos essenciais continua insuficiente por motivos diversos, como preços altos, compra e distribuição deficientes, qualidade incerta do produto e prescrição inadequada”, disse Meiruze Freitas.
Dados evidenciam que os benefícios do fármaco superam os riscos e que as medidas para gerenciamento de risco estão compatíveis com as medidas utilizadas no mercado.
Efeitos com outros remédios
A equipe técnica da Anvisa apontou riscos a serem monitorados no uso concomitante com outros produtos.
“Foram feitas exigências de incluir na bula as contraindicações de uso concomitante com o medicamento apalutamida”, informou a gerente de Farmacovigilância, Helaine Capucho.
A equipe da agência determinou que seja feita carta a profissionais de saúde para orientação sobre usos do Paxlovid com outros remédios e dos cuidados necessários.
Também foi requisitado que a empresa disponibilize informações acerca do uso do produto no Brasil para monitorar sua aplicação e eventuais eventos adversos.
“Incluímos o compromisso de apresentar relatórios de estudos clínicos e não-clínicos e informar trimestralmente a situação regulatória em outros países”, disse o gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes.
Com informações da Hoje em Dia/Agência Brasil