Os cogumelos, que se popularizaram pelo efeito psicodélico nos anos 60 e 70, voltam a ser notícia, mas dessa por causa de um super benefício trazido a pessoas mais velhas. Um estudo publicado na revista científica Nature mostra que microdosagens dessa substância ajudam a melhorar a habilidade psicomotora de homens e mulheres com mais de 55 anos e idosos também..
A resposta está na psilocibina, uma substância presente nos cogumelos que promove melhoras no humor e na saúde mental.
O estudo foi realizado utilizando o cogumelo juba de leão e niacina. E o melhor: todos os pacientes que receberam doses mínimas apresentaram melhoras significativas.
Quando manipulados em microdosagens, os efeitos podem ser, de fato, positivos. O estudo publicado foi considerado o maior do mundo sobre o assunto e apontou dados significantes para a medicina.
Esses resultados podem ajudar a informar o design de ensaios clínicos em humanos envolvendo substâncias psicodélicas.
Tarefas psicomotoras
O objetivo da pesquisa observacional é notar comportamentos, como eles ocorrem naturalmente no mundo e tirar conclusões sem interferir nessas práticas naturais.
Além dos efeitos positivos para depressão, ansiedade e estresse, os relatos de benefícios subjetivos são complementados por melhorias na tarefa psicomotora do estudo (o Finger Tap Task), o que adiciona robustez aos resultados.
O Finger Tap Task é um dos testes de destreza mais comumente usados para ajudar a diagnosticar a doença de Parkinson, e envolve um paciente batendo o dedo indicador e o polegar juntos tantas vezes e o mais rápido possível durante 15 segundos.
“Os resultados do teste de toque são interessantes. Embora um placebo neste tipo de estudo observacional não seja apropriado, os resultados do teste de toque com microdosagem combinando psilocibina, niacina e Lion’s Mane acima da linha de base, e em comparação com psilocibina tomada com qualquer outra combinação, destaca-se como um forte sinal de significância para a psicomotricidade atuação. Estamos empolgados em testar isso clinicamente”, disse Paul Stamets, especialista de renome mundial em cogumelos de todos os tipos, à Newswire.
Sobre o estudo
O estudo, informalmente chamado Microdose.me, tem mais de 19.000 participantes de todo o mundo e foi apresentado em várias conferências, incluindo SXSW, Summit LA, TED e Life Itself.
A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade de British Columbia, Universidade de Maastricht, Paul Stamets e Dra. Pamela Kryskow, entre outros.
“Estou orgulhoso do esforço constante para melhorar o desenho do estudo com feedback de nossos participantes, apoiadores e outros cientistas. Juntamente com cidadãos e pesquisadores, estamos desenvolvendo versões do estudo que serão usadas para gerar descobertas relacionadas à microdosagem psicodélica nos próximos anos”, compartilha Maggie Kiraga, diretora de pesquisa Quantified Citizen, um aplicativo de ciência cidadã que ajudou a projetar o estudar.
Quebra de padrões
Estudos que relacionam substâncias psicodélicas ao bem-estar e saúde já são realizados há muitos anos, mas enfrentam alguns preconceitos, devido a má utilização desses compostos.
É que substâncias psicodélicas, quando não são manipuladas de forma medicamentosa, podem realmente causar um efeito nocivo à saúde do paciente e, consequentemente, comprometer os resultados das pesquisas.
Segundo a pesquisa, as microdosagens melhoraram habilidades psicomotoras em pessoas acima de 55 anos - Foto: Pixabay
Segundo a pesquisa, as microdosagens melhoraram habilidades psicomotoras em pessoas acima de 55 anos – Foto: Pixabay
Com informações de GNN