Um plástico infinitamente reciclável é feito com bactérias e promete ser uma grande novidade para ajudar na redução de danos ao meio ambiente. Utilizando o micróbio Escherichia coli (E.coli), os pesquisadores conseguiram produzir um tipo de PDK, plástico que pode ser repetidamente descontraído sem perder a qualidade.
A descoberta faz parte de uma colaboração entre especialistas de três instalações do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia, nos Estados Unidos. Lá, depois de quatro anos de estudos, eles descobriram que a E.coli pode transformar açúcares de plantas em materiais iniciais para produção do PDK.
Em 2019 o planeta chegou ao assombro número de 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados, mas o estudo publicado na revista científica Nature Sustainability, mostra que há um futuro muito promissor para os plásticos renováveis!
O PDK
A substituição de produtos derivados do petróleo, como o plástico, é uma das maiores frentes de estudo hoje em dia.
Cada vez mais pesquisadores se dedicam a iniciativas que possam diminuir os resíduos gerados e abrir novas frentes limpas para o planeta.
“Esta é a primeira vez que bioprodutos foram integrados para fazer um PDK que é predominantemente de base biológica”, disse Brett Helms, um dos cientistas da equipe.
O PDK já é uma realidade, e se trata de plásticos que podem ser desconstruídos e transformados em outros produtos sem que percam qualidade. Inicialmente, esse tipo de material usava derivados petroquímicos, mas isso está prestes a mudar.
Infinitamente reciclável
A novidade agora é que o plástico produzido pelos pesquisadores pode ser infinitamente reciclável e usa uma base de bactérias.
O micróbio transforma os açúcares de plantas em alguns dos materiais iniciais e os especialistas e o novo material é produzido com 80% desse conteúdo.
“Demonstramos que o caminho para 100% de bioconteúdo em plásticos recicláveis é viável”, explicou Jeremy Demarteau, cientista do projeto na parte de biopolímeros.
Os PDKs podem ser usados para uma variedade de produtos como adesivos, cabos de computador, pulseiras, materiais de construção, termofixos resistentes e muito mais.
Outro detalhe chamou bastante a atenção de Jeremy e sua equipe. Quando usaram o bioTAL, material produzido pelas bactérias, foi possível expandir a faixa de temperatura do plástico em até 60°C.
Com isso, eles acreditam que o PKD pode ser também usado para equipamentos que precisam de temperaturas específicas, como para-choques, painéis e equipamentos esportivos.
Promissor
O número de resíduos plásticos só sobe a cada ano, e o planeta precisa urgente de uma alternativa.
“Não podemos continuar usando nosso suprimento cada vez menor de combustíveis fósseis para alimentar esse desejo insaciável por plástico”, disse Jay Keasling, professor da UC Berkeley.
Para o professor, é preciso incentivar as pessoas a terem produtos pelo tempo que precisarem, depois isso precisa ser transformado em algo novo.
O PDK produzido com bioTAL, pode ser uma dessas novidades.
“Descobrimos que mesmo com melhorias modestas no processo de produção, em breve poderíamos fabricar plásticos PDK de base biológica que são mais baratos e emitem menos CO2 do que aqueles feitos com combustíveis fósseis”, explicou.
Além disso, os pesquisadores querem agora progredir ainda mais com os estudos, acelerando a taxa na qual as bactérias convertem açúcares em bioTAL.