Se apaixonar por alguém deixa marca no cérebro, confirmam cientistas
17/01/2024 10:41 em Novidades

A ciência confirmou: se apaixonar por alguém pode deixar uma “marca” no seu cérebro, sabia? Uma pesquisa realizada por neurocientistas da Universidade do Colorado, em Boulder, EUA, encontrou o motivo pelo qual o amor ilumina o cérebro. Um surto de dopamina!

“O que descobrimos, essencialmente, é uma assinatura biológica do desejo que nos ajuda a explicar por que queremos estar mais com algumas pessoas do que com outras”, disse a autora sênior do estudo, Zoe Donaldson, professora de neurociência comportamental da Universidade.

A descoberta pode ajudar a desenvolver terapias: “A esperança é que, ao compreendermos como são os laços saudáveis dentro do cérebro, possamos começar a identificar novas terapias para ajudar muitas pessoas com doenças mentais que afetam o mundo social”, disse a autora sênior da pesquisa.

O estudo

Realmente o amor mexe com a cabeça.

O estudo publicado na revista Current Biology, no início de janeiro, analisou arganazes.

Os arganazes são pequenos roedores que estão entre os 3% a 5% de mamíferos que formam laços de pares monogâmicos.

Assim como os humanos, os arganazes formam casais a longo prazo, partilham uma casa, criam descendentes juntos e experimentam até algo semelhante ao luto na perda do parceiro.

Como o amor supera desafios

“Esta pesquisa sugere que certas pessoas deixam uma marca química única em nosso cérebro, que nos leva a manter essas ligações ao longo do tempo”, disse Zoe.

Para comprovar a tese, a cientista e seus colegas utilizaram uma tecnologia de neuroimagem para medir em tempo real o que acontece no cérebro da ratazana quando ela precisa chegar ao ser parceiro.

No primeiro cenário, o animal teve que pressionar uma alavanca para abrir a porta na sala onde seu parceiro estava. Em outro, ela teve que pular uma cerca para o reencontro.

Enquanto isso, um minúsculo sensor de fibra óptica monitorava a atividade no núcleo “accumbens” do animal, parte do cérebro responsável por motivar os humanos a buscar coisas gratificantes.

Resultados incríveis

Cada vez que o sensor detecta um surto de dopamina, ele acendia como uma bastão luminoso.

Quando as ratazanas empurravam a alavanca ou escalaram o muro para ver o parceiro, a fibra “iluminava-se” como uma rave, explicou Anne Pierce, outra autora do estudo.

“Isso sugere que a dopamina não só é realmente importante para nos motivar a procurar o nosso parceiro, como também há mais dopamina a fluir através do nosso centro de recompensas quando estamos com o nosso parceiro, do que quando estamos com um estranho”, disse Anne.

 

Reinicialização do cérebro

Os cientistas também descobriram que há esperança, mesmo no término de relações.

Em outra experiência, o casal de arganazes foi mantido separado durante quatro semanas, uma eternidade na vida de um roedor e tempo suficiente para que, na natureza, eles encontrassem outro parceiro.

Quando o casal foi reunido novamente, eles se lembraram um do outro, mas a onda de dopamina quase desapareceu por completo.

Em essência, a marca encontrada anteriormente desapareceu.

“Pensamos nisso como uma espécie de reinicialização no cérebro que permite ao animal seguir em frente e potencialmente formar um novo vínculo”, explicou Zoe.

Para os humanos, isso pode ser uma notícia boa ao passar por um término ou até mesmo luto. Há esperança!

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!