As ondas de frio chegaram antes neste ano e para junho há a previsão de pelo menos mais duas entradas de massa de ar polar mais intensas. A variação da temperatura vai fazer com que, em média, se tenha um mês com anomalia positiva, temperatura acima do normal, em todo o Sul, São Paulo, Triângulo Mineiro, Centro-Oeste e Norte do Brasil.
As ondas de frio chegaram antes neste ano e para junho há a previsão de pelo menos mais duas entradas de massa de ar polar mais intensas. A variação da temperatura vai fazer com que, em média, se tenha um mês com anomalia positiva, temperatura acima do normal, em todo o Sul, São Paulo, Triângulo Mineiro, Centro-Oeste e Norte do Brasil.
No entanto, isto não quer dizer que não vai fazer frio. Nas outras áreas, junho terá os termômetros indicando temperaturas dentro da climatologia.
As poucas áreas com temperatura abaixo da média estarão associadas com excesso de nuvens e umidade no Nordeste e parte do Sudeste que vão apresentar baixa amplitude térmica ou madrugadas mais frias pela baixa umidade relativa do ar no Centro-Oeste. As ondas de frio de junho já não aparecem com a mesma intensidade de maio. Inclusive, há previsão de mínimas bem mais elevadas que o normal em meados de junho no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Em relação à chuva, vamos ter um junho mais seco do que o normal desde o norte do Rio Grande do Sul até o Paraná, pegando áreas de São Paulo, onde a média climatológica já à é bem baixa, Triângulo Mineiro, Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, parte do sul do Amazonas e no Pará.
As chuvas vão ficar acima da média no leste de Minas Gerais, parte do Espírito Santo e em um grande trecho que engloba toda a faixa costeira da região Nordeste, por conta de um fenômeno que atua nesta região chamado Ondas de Leste. “Mesmo sem termos o La Niña configurado, temos um comportamento de chuva acima da média no Nordeste e abaixo no Sul, com diminuição das instabilidades do Paraná a partir do dia 15”, explica Celso Oliveira da Somar Meteorologia.
Chama-se a atenção para o Paraná, estado que vem passando por sua pior estiagem desde pelo menos 1997 e que não deverá receber muita precipitação em junho. Inclusive, o nível do rio Paraná na Argentina é o mais baixo em pelo menos 50 anos em parte por conta da falta de chuva entre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul a partir de março, mas também por conta da água da chuva ter sido represada para geração de energia nas bacias do Grande e Paranaíba durante o verão.
Apesar da previsão de precipitação abaixo da média no centro do país, há expectativa da passagem de algumas frentes frias chuvosas, mas com baixo acumulado, sobretudo no início de junho.
A primeira semana de junho já vai ter a chegada de uma frente fria que vai trazer volumes significativos de chuva para o Sul, mas não na quantidade que tivemos no último episódio. De qualquer maneira estas pancadas vão servir para manter a manutenção de disponibilidade hídrica para o trigo e o milho segunda safra.
O balanço de maio
O mês de maio foi caracterizado por chuva acima da média no litoral do Nordeste e do Pará e também na região de Manaus. Desde o dia 1º até o dia 27, segundo dados do INMET, a cidade que mais choveu no Brasil foi João Pessoa (PB) com 483 milímetros, 70% acima do normal. Olhando para o país como um todo, a maior parte dos municípios observou acumulados entre a média a ligeiramente acima da média – mas cabe lembrar que maio é, naturalmente, um mês onde as precipitações já são normalmente mais escassas pelo país e dois ou três dias de chuva já podem ultrapassar a média.
Destaque para o retorno das precipitações finalmente para o Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, após um início de ano marcado pela estiagem e pelos decretos de situação de emergência. A umidade do solo agora está elevada em todo o Rio Grande do Sul e o produtor aproveitou para acelerar a instalação do trigo e das pastagens de inverno.
Na virada do mês, as atividades em campo avançam mais lentamente por conta da chuva, mas nada que traga grandes transtornos. Além disso, observa-se frio persistente. A atual semana será fria mais uma vez com formação de geadas sobretudo na fronteira com o Uruguai. Por outro lado, o mês ficou mais seco do que o normal no leste de Santa Catarina, do Paraná e centro e sul de São Paulo, além de Alagoas, Amapá, Maranhão e boa parte de Pernambuco.
O frio também foi o destaque deste mês com pelo menos três quedas acentuadas da temperatura e registro de algumas geadas em alguns pontos do Sul, de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. De forma geral, as temperaturas mínimas ficaram dentro a ligeiramente abaixo da média entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e oeste do Rio de Janeiro.
Já o norte do Mato Grosso e regiões Norte e Nordeste, de forma geral, tiveram manhãs mais quentes do que o normal. O menor valor de temperatura registrado no Brasil neste mês foi no alto do Parque Nacional de Itatiaia-RJ com -5,4 ºC, no dia 12. Durante as tardes, fez mais frio que o normal em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Já o Ceará, sertão nordestino, Pantanal de Mato Grosso do Sul, leste e norte de Paraná e Santa Catarina e também parte do estado de São Paulo, ficaram com máximas acima da média para o mês.
Fonte: Canal Rural