Loreen Willenberg é a primeira mulher da história a ser considerada curada do HIV sem ter feito qualquer tratamento médico.
A americana de 66 anos, infectada em 1992, está há anos sem resultados positivos para o vírus e os cientistas acreditam que o organismo dela se curou sozinho.
Em pesquisa publicada na semana passada na revista Nature, a médica Xu Yu, do Ragon Institute, em Boston, conta que foram analisadas 1,5 bilhão de células do corpo de Loreen, inclusive do intestino e reto. E apesar das técnicas sofisticadas usadas para achar o vírus no genoma, nenhum traço foi encontrado.
Outros pesquisados
O mesmo estudo também pesquisou um grupo de 63 pessoas que controlaram a infecção sem usar drogas – no caso desses participantes, o organismo conseguiu absorver o HIV de maneira que ele não se reproduz.
Os resultados da pesquisa sugerem que essas pessoas conseguiram ter uma “cura funcional”, ou seja, o vírus está presente, mas inativo.
Esse mecanismo de ação só é visível agora, com os avanços feitos na área de genética.
Outras 11 pessoas que participaram da pesquisa são consideradas “controladores excepcionais”.
Os organismos deles conseguiram isolar o vírus em uma parte do genoma tão densa, que o sistema celular não consegue replicá-lo.
Os pacientes que suprimiram o HIV sem remédios apresentam células T poderosas – parte do sistema imunológico, depois de lutar contra uma infecção, elas guardam memória por longo prazo.
Desde que o estudo foi finalizado, o time da doutora Yu diz ter encontrado mais duas pessoas que podem ser consideradas curadas da doença. Ainda faltam mais testes para confirmar os casos.
Esperança
O especialista em Aids Steve Deeks, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, disse que as informações podem ser uma esperança para as pessoas que tomam medicamento antirretroviral há anos – o vírus pode ter sido inativado pelo mesmo mecanismo e o remédio, agora, seria desnecessário.
“Os resultados sugerem que o tratamento pode curar, o que vai contra tudo o que sabemos”, afirmou, em entrevista ao jornal The New York Times.
Outros curados
As outras duas pessoas que são consideradas livres do HIV passaram por transplantes de medula óssea, um tratamento considerado arriscado. O paciente brasileiro anunciado como curado aguarda mais resultados para entrar definitivamente no rol.
Com informações da Nature e NYT