O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello disse hoje em entrevista à CNN que a vacinação contra Covid-19 no Brasil poderá começar de forma emergencial ainda este mês, com o imunizante desenvolvido pela Pfizer/BioNTech, o mesmo que começou a ser aplicado esta semana no Reino Unido.
“Se a Pfizer conseguir a autorização emergencial e nos adiantar alguma entrega, isso [o início da vacinação] pode acontecer no final de dezembro ou em janeiro”, afirmou.
“Isso em quantidades pequenas, de uso emergencial”, lembrou Pazuello.
Mais adiantada
O ministro fez a afirmação porque a vacina da Pfizer é a que está mais adiantada.
“Estamos fechando o memorando de entendimento com a Pfizer. É a vacina que está mais adiantada, mas mesmo ela ainda não tem registro”, afirmou.
E ele não descartou que isso também aconteça com outras candidatas, como a da AstraZeneca/Oxford ou do Instituto Butantan.
Registro
Para ser usada de forma emergencial, a vacina precisa primeiro conseguir o registro, que dependeria do desenvolvimento e da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Depois disso a aplicação poderia começar já entre janeiro e fevereiro, disse Pazuello.
O ministro garantiu que, se a Coronavac receber o aval da agência reguladora, ela será usada no plano de imunização.
“A vacina que estiver registrada na Anvisa e garantida sua eficácia e segurança será comprada e distribuída para todos os brasileiros”, afirmou.
O restante
Caso a vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech tenha o uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), será possível conseguir doses suficientes para aplicar o imunizante em 2 milhões de brasileiros, até o final do primeiro trimestre de 2021.
A informação foi dada pelo presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, nesta terça-feira, 9, em audiência na Câmara dos Deputados. “Estamos trabalhando para começar a vacinar quase imediatamente depois de receber uso emergencial da Anvisa“, afirmou.
Apesar de o acordo ainda não estar fechado, o Brasil prevê a importação de 70 milhões de doses dos imunizantes Pfizer/BioNTech ao longo do próximo ano.
Estima-se que as primeiras 8,5 milhões de doses deverão chegar ao país no primeiro semestre, possibilitando a vacinação de aproximadamente 4 milhões de pessoas, uma vez que a imunização completa depende de duas doses.
Plano de vacinação
Na entrevista à CNN, Pazuello falou sobre o plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, que foi finalizado nesta quarta, 9.
O ministro disse que a vacinação será incluída no Programa Nacional de Imunização e usará a mesma logística já operacionalizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“O SUS trabalha de forma tripartite, com estados e municípios, e cada um já tem sua função dentro desse programa”, disse.
Ele detalhou que o governo federal distribuirá as doses, por via aérea e rodoviária, até os estados.
Então, será responsabilidade estadual distribuir entre as cidades e os municípios que executariam, efetivamente, a vacinação.
E disse que o governo federal vai oferecer o imunizante “garantindo que a vacina chegue e governadores/prefeitos tenham essa segurança. Não é por imposição, é por garantia”, finalizou.
Com informações da CNN e Metrópoles