Um aplicativo para smartphone, desenvolvido por pesquisadores da USP, pode ser a nova ferramenta de suporte emocional para quem sofre com transtornos de depressão e ansiedade.
O dispositivo foi criado após um experimento feio durante 12 semanas com pacientes portadores de doenças crônicas e sintomas depressivos. A nova tecnologia ajudou a reduzir em 50% dos sintomas nos participantes.
Batizado de Conemo – sigla para Controle Emocional – o aplicativo foi desenvolvido em parceria entre a USP, a King’s College (Londres), a Universidad Cayetano Heredia (Peru) e a Northwestern University (Estados Unidos).
Toda a pesquisa e criação da ferramenta foi financiada pelo National Institute of Mental Health (NIMH).
Como funciona
O Conemo usa uma técnica da terapia cognitivo-comportamental. Ele sugere atividades diárias prazerosas, ou significativas para os usuários.
Durante a pesquisa, o aplicativo foi instalado em celulares entregues aos participantes de duas cidades.
A primeira é São Paulo, onde o estudo contou com a participação de 20 Unidades de Saúde da família na Zona Leste do município, com 880 pacientes ao todo.
A outra cidade escolhida foi Lima, no Peru, onde a pesquisa contou com a participação de 420 voluntários.
Redução dos sintomas de depressão
Durante 10 minutos, por três dias na semana apenas, os voluntários precisaram escolher uma das atividades propostas pelo aplicativo, como ouvir música, fazer uma caminhada, ligar para alguém especial, além de outras opções.
Após três meses de acompanhamento, os resultados apontados em pacientes que utilizaram o aplicativo foram promissores.
Em São Paulo, 159 pacientes reduziram 50% dos sintomas da depressão, em relação aos demais pacientes, que receberam o acompanhamento convencional com medicamentos e atendimento clínico apenas.
Um resultado similar foi verificado em Lima, o uso do aplicativo trouxe 19% a mais de sucesso em comparação ao tratamento convencional.
Paulo Rossi Menezes, que é professor de Medicina Preventiva da USP e responsável pelo estudo, disse que o aplicativo permite “ampliar o acesso de pessoas com doenças crônicas e sintomas de depressão a algum tipo de cuidado que possa melhorar a qualidade de vida delas, sem precisar recorrer diretamente ao especialista, psicólogo ou psiquiatra”.