Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, projetaram uma plataforma baseada em nanofibras, uma espécie de célula artificial, que impede o câncer de se espalhar.
Ao organizar as fibras em uma configuração de alta para baixa densidade, eles foram capazes de restringir o movimento das células, num teste com o glioblastoma, um tumor agressivo no cérebro.
“Nós fabricamos uma folha de nanofibras, na qual a densidade da fibra muda de uma ponta a outra gradualmente, usando uma técnica chamada ‘eletrofiação’, e realizamos um experimento de cultura de células tumorais cerebrais”, contou o Dr. Satoshi Fujita, coordenador do experimento. O trabalho científico revolucionário foi publicado na Revista Sciense Daily, em outubro e ACS Bio Mater, em setembro.
Como?
Quando examinaram o efeito da folha de nanofibras sobre as células do glioblastoma os pesquisadores constataram distinções claras no movimento celular nas nanofibras de diferentes densidades.
Eles descobriram que as fibras mais densas promovem a formação de aglomerados de células que tornam a migração celular mais lenta.
Além disso, as fibras criaram lacunas entre as regiões que impedem a migração celular, fazendo com que as células fiquem presas nas zonas de alta densidade.
É a primeira vez que essa migração unilateral é observada – os pesquisadores a chamaram de “captura de células”, lembrando as armadilhas de peixes e insetos, que fazem suas presas viajarem em uma única direção antes de capturá-las.
“O estudo demonstra a viabilidade de capturar células em migração usando nanofibras eletrofiadas que imitam o microambiente do cérebro,” resumiu o Dr. Fujita, e adiantou que a equipe vai trabalhar agora na utilização prática da técnica.
A ideia da plataforma baseada em nanofibras, na prática, aprisiona as células de câncer no cérebro como estratégia terapêutica.
Com informações da Technology Networks e Diário da Saúde Rua.