Nova terapia recupera movimentos de ratos com paralisia. Cientistas querem experimentar em humanos
23/02/2023 12:14 em Tecnologia

A ciência é incrível! Uma nova terapia conseguiu recuperar movimentos de ratos com paralisia! Agora os pesquisadores dos Estados Unidos querem levar o experimento para humanos que tiveram lesões na medula espinhal.

A ideia é recuperar parte e até todos os movimentos, controlando as funções básicas do organismo, como urina e fezes, e com sensibilidade. A terapia é injetável em dose única. (vídeo abaixo)

A descoberta promissora, de um grupo de pesquisadores da Northwestern University –  que há 20 anos busca por este resultado – saiu na revista científica Science, uma das mais respeitadas do mundo.

Os animais de laboratório regeneraram partes das células cerebrais, formando novos vasos sanguíneos e preservando neurônios motores. Em quatro semanas, vários deles retornaram a capacidade de andar em.

A pesquisa

Há quase duas décadas, os estudos são conduzidos por pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, Samuel Stupp, Guillerno Ameer e John Kessler.  “Em 15 anos, nenhuma [pesquisa] nos deu tanta esperança quanto esta”, diz a nota emitida pelo grupo.

Os vídeos da terapia de Stupp, postados em 2021, mostram que, na primeira vez, um camundongo estava paralisado por uma grave lesão na medula espinhal e arrastava as patas traseiras.

Depois, após receber a terapia injetável, o animal move as patas traseiras, rastejando quase normalmente pelo chão.

Apenas nos Estados Unidos, há cerca de 300 mil pessoas com lesões na medula espinhal.  À frente da pesquisa, Stupp demonstrou surpresa com o resultado tão extraordinário como o constatado.

“Nunca esperei que houvesse esse tipo de resposta”, diz Stupp, professor do Conselho de Curadores de Ciência e Engenharia de Materiais, Química, Medicina e Engenharia Biomédica. “Tem sido realmente impressionante. Isso nos permitiu ficar bem cientes da necessidade, de que essa terapia poderia ter um grande impacto.”

 

A terapia

A terapia da medula espinhal de Stupp é um tipo de biomaterial, o que significa que foi projetada para uso em sistemas vivos. Com materiais sintéticos e naturais, os biomateriais podem ser utilizados em implantes permanentes para regeneração tecidual e outras aplicações.

Os biomateriais contêm blocos de construção que existem naturalmente no corpo e, após induzirem o crescimento e a cicatrização, são biodegradáveis ​​sem efeitos colaterais.

Essas novas nanofibras fornecem dois sinais distintos que desencadeiam diferentes aspectos do reparo da medula espinhal.

Um sinal solicita que as longas caudas de neurônios na medula espinhal, chamadas axônios, se regenerem e também reduz as cicatrizes, que atuam como uma barreira física à regeneração.

O outro sinal estimula o crescimento de vasos sanguíneos perdidos, reconstrói a mielina (a camada isolante ao redor dos axônios que ajuda a transmitir sinais elétricos) e promove a sobrevivência dos neurônios motores.

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